Vida longa à astrologia!
Um pouco da História da Astrologia no Brasil
Em todas as culturas, em todas as épocas, em todos os lugares, surgiram representações simbólicas da correspondência entre os movimentos dos planetas no céu e a vida na terra. No Brasil não foi diferente.Um pouco da História da Astrologia no Brasil
Em todas as culturas, em todas as épocas, em todos os lugares, surgiram representações simbólicas da correspondência entre os movimentos dos planetas no céu e a vida na terra. No Brasil não foi diferente. Num sítio arqueológico, localizado na Paraíba, há inscrições rupestres com símbolos cosmológicos e constelações do zodíaco, que segundo estimativas datam de 6000 anos. Uns acreditam que as inscrições da Pedra do Ingá foram feitas pelos fenícios enquanto outros dizem que foram os extraterrestres, mas o certo é que são evidências que os povos originários da antiguidade já observavam o céu e tentavam perceber padrões e simetrias entre o que acontece com os astros e o que acontece aqui na Terra.
Hoje, o termo descobrimento não faz sentido já que se sabe que outras expedições já haviam avistado o nosso litoral, mas o fato é que o Brasil-colônia tem o que se pode chamar de certidão de nascimento, que é a carta de Pero Vaz de Caminha, o escrivão da esquadra de Pedro Álvares Cabral. Segundo esse documento histórico, o avistamento ocorreu no fim da tarde do dia 22 de abril de 1500, então, o Brasil-colônia era Touro com ascendente Libra ou Escorpião.
Já o signo do Brasil livre é Virgem, com ascendente em Aquário ou Peixes. A dúvida persiste, já que não se tem certeza sobre o horário exato do Grito de Independência, o que se sabe é que foi entre 16h08 e 16h58. Também há quem defenda que o ascendente do Brasil é Sagitário, porque a Imperatriz Leopoldina já havia assinado a Declaração de Independência no Rio de Janeiro no dia 2 de setembro, e que o famoso Grito do Ipiranga, que não deixa de ter importância, foi apenas um ato simbólico. Apesar disso, a maior parte dos astrólogos parece acreditar que o ascendente do nosso país é mesmo Aquário.
O primeiro astrólogo que se tem notícia a montar consultório para atendimento foi Antonio Olívio Rorigues, em São Paulo, no bairro de Liberdade, no milênio passado, para ser mais exato, em 1906. https://www.viastral.com.br/materia/antonio-olivio-rodrigues-um-pioneiro-e-um-astrologo-notavel
Foi ele também que, no ano seguinte, fundou a primeira associação esotérica do Brasil, com o nome de Círculo Esotérico da Comunhão do Pensamento, No mesmo ano, fundou a Editora Pensamento, com o objetivo de divulgar temas como magnetismo, astrologia, clarividência, psicometria, etc. A Pensamento edita trabalhos há mais de cem anos e sua longevidade foi prevista astrologicamente. Nas palavras de Antônio:
“O Círculo Esotérico da Communhão do Pensamento terá uma existência secular; pela fixidez dos seus ângulos. Sua philosophia será extraordinária e sua organização scientífica, espiritualizada e original, obtendo muito apoio de ambos os sexos e das classes elevada e mediana…”
Nos anos 1930, quando Plutão foi descoberto, a Astrologia no Brasil ainda era uma atividade de pesquisadores e profissionais isolados, como Emma de Mascheville, que iniciava sua longa carreira, ao longo da qual interpretaria milhares e formaria muitos astrólogos. É célebre sua interpretação da Última Ceia da Leonardo da Vinci à luz da astrologia. Nos anos 50, o livro Mensagens do Astral desperta o interesse da nova geração tanto por astrologia quanto por espiritismo.
Já nos anos 60, dois astrólogos ganham projeção no rádio e ajudam a popularizar a astrologia. Omar Cardoso, sociólogo, jornalista e empresário, teve um programa durante anos e escrevia para mais de 100 jornais e seu horóscopo anual atingia a incrível tiragem de 300 mil exemplares. Suas mensagens otimistas se propagam por grande parte do território nacional e seu bordão “Todos os dias, sob todos os pontos de vista, estou cada vez melhor”, apropriado de Émile Coué, se tornou famoso.
Assuramaya, laboratorista que passou a se interessar por astrologia depois de perceber a sintonia entre os ritmos lunares e a proliferação de micro-organismos, manteve um programa por mais de 10 anos, publicou livros e um almanaque sobre o tema e promoveu o primeiro congresso sobre astrologia no país em 1971.
Em 1971 é formada a Associação Brasileira de Astrologia. Sob a direção de Antonio Facciolo Neto a entidade passa a desempenhar importante papel na pesquisa desse conhecimento milenar. Em 1973, é lançada a Revista Planeta, que a partir de então ajuda a divulgar a astrologia, publicando matérias regulares sobre o assunto. Em São Paulo, um grupo liderado por Wanderley Vernilli propõe uma abordagem psicológica. Mais ou menos na mesma época, Zeferino Pina Costa já usava um programa de cálculo, mas o primeiro software astrológico brasileiro só foi é lançado em 86. Em 1989, é fundado o Sindicato dos Astrólogos do Rio de Janeiro, que tem promovido importantes simpósios. Já nos anos 2000, também no Rio, é criada a Central Nacional de Astrologia.
Hoje, graças às redes sociais e aos meios de comunicação, a astrologia continua crescendo e os pesquisadores podem divulgar seus trabalhos que acrescentam elementos que permitem outras abordagens e ampliam as possibilidades de interpretação.