Há uma regularidade no universo?

A Sequência de Titius-Bode - Evidência de uma ordem universal?

Há evidências suficientes para acreditar em uma certa ordem no universo, como fica evidente quando observamos a simetria dos fractais, por exemplo. Essa ordem é o pilar de sustentação e dá embasamento à prática astrológica.

A Sequência de Titius-Bode

Há uma regularidade no universo?

O princípio da correspondência, que é um dos pilares teóricos que sustenta algumas correntes astrológicas, está baseado em evidências que nos fazem acreditar em uma ordem no universo. Podemos observá-la, por exemplo, na simetria dos fractais  https://www.viastral.com.br/materia/os-fractais-e-a-astrologia Mas será que podemos considerar como evidência a regularidade matemática das distâncias dos planetas em relação ao Sol?   

Sabemos que, diferente da fé, que prescinde da confirmação empírica, a ciência pode e deve ser constantemente testada e confrontada com os fatos e dados de realidade. O grande astrónomo Johannes Kepler foi um dos primeiros a propor essa ideia, mas foi só em 1766 que o professor de física Johann Titius traduziu a obra de Charles Bonnet, na qual previa matematicamente as distâncias dos planetas conhecidos até então em relação ao Sol.

 

Baseado no trabalho do naturalista Bonnet, Titius, professor de Física da Faculdade de Wittenberg, apresentou um trabalho no qual mostrava a relação sequencial progressiva entre as distâncias dos planetas conhecidos até então em relação ao Sol. Valendo-se de fórmulas matemáticas, o trabalho previa com relativa precisão as distâncias médias dos planetas em relação ao Sol. No quadro abaixo, temos os valores obtidos, expressos em unidades astronómicas, ou UA, que correspondem à distância média entre a Terra e o Sol, cerca de 150 milhões de km.

Planeta Distância Real Distância obtida na sequência
Mercúrio 0,39 0,4
Vênus 0,72 0,7
Terra 1 1
Marte 1,52 1,6
Júpiter 5,2 5,2
Saturno 0,54 10

 

Alguns anos depois, em 1772, o astrônomo Johan Bode associa seu nome à sequência, incluindo o trabalho de Titius em seu livro o “Guia para conhecimento do céu das estrelas”, sem citar o autor.

Parte da comunidade científica ficou bastante entusiasmada, mas havia aqueles que consideravam os números uma coincidência, um fruto do acaso, argumentando que não havia justificativa científica que explicasse a aparente relação numérica. Era preciso que a descoberta de outro planeta confirmasse ou não a aparente constante matemática, o que ocorreu em 1781, quando William Herschel identificou Urano.

Além de ser o primeiro planeta a ser detectado graças ao recurso de um telescópio, Urano estava a uma distância do Sol que corroborava o postulado pela sequência, que a partir daí passou a ser chamada de Lei de Titius-Bode.

Planeta Distância Real Distãncia obtida na sequência
Urano 19,2 19,6

 

Como a sequência previa que deveria haver um astro orbitando o Sol a uma distância de 2,8 UA, os astrônomos passaram a procurar um astro entre Marte e Júpiter. Finalmente, em 1801, o italiano Giuseppe Piazzi localizou um asteroide, ao qual foi dado o nome de Ceres.

Planeta Distância Real Distância obtida na sequência
Ceres 2,65 2,8

 

A sequência parecia definitivamente comprovada por aquela descoberta, mas, em 1846, o astrónomo inglês Johann Galle (1812–1910) descobriu Netuno, colocando em xeque sua validade. Os números não batiam, havia uma discrepância grande que não podia ser ignorada, como mostrado abaixo.

Planeta Distância Real Distância obtida na sequência
Netuno 30,1 38,8

 

A ideia de uma regularidade, de uma progressão matemática constante na distância média dos planetas sofreu um novo e contundente golpe em 1930, com a descoberta de Plutão, que orbitava o Sol a uma distância muito diferente daquela prevista pela sequência.

Planeta Distância Real Distância obtida na sequência
Plutão 39,5 77,2

 

Contudo, tais divergências não invalidam o debate. O fato é que se pode observar uma regularidade significativa na distância de alguns planetas em relação ao Sol, uma sequência que pode ser mostrada por cálculos matemáticos. Fato é também que a constante é interrompida a partir de certo ponto. Então fica a questão: podemos mesmo falar em uma ordem natural do universo ou o que se constatou se deve apenas a uma mera coincidência numérica?
 



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