Alexandre de Moraes - Herói ou vilão?

Um sagitariano com uma difícil missão

Alexandre de Moraes sofre pressão para se declarar impedido de julgar o ex-presidente, já que seria parte do processo. Em outra frente, é pressionado pelas big tech e pelo governo dos Estados Unidos por sua atuação no caso das redes sociais.

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Sagitariano bom de briga 

Poucas vezes na história um membro do poder judiciário ganhou tanto destaque na mídia quanto o ministro Alexandre de Moraes nos últimos anos. Hoje, ele é alvo tanto de setores políticos quanto das grandes empresas de comunicação global, as chamadas big tech. 

A queda de braço com Elon Musk, dono da X (antigo Twitter) vem desde 2022, quando o empresário passou a acusar Moraes de exercer a censura por ter exigido que o aplicativo bloqueasse contas que desrespeitavam as normas brasileiras. No começo de 2024, Moraes trucou, aplicou uma multa de 5 milhões e bloqueou a rede até que um representante legal da empresa fosse nomeado no país. Elon Musk acusou Moraes de "trair descaradamente e repetidamente a constituição e o povo do Brasil", mas acabou cedendo. Recentemente, nova multa foi aplicada por descumprimento de determinações legais, agora no valor de 8 milhões.

Que Alexandre de Moraes é um homem combativo fica evidente pela configuração de seu mapa. Ele é de Sagitário, com ascendente em Áries, dois signos de elemento Fogo, sendo que Marte, planeta da guerra e regente do ascendente, está em contato harmônico com o Sol, o que sugere autoconfiança e boas chances de sucesso na área de direito. 

Dados considerados altamente confiáveis, segundo o site Astro.com

E ele tem Saturno em Áries, em trígono com o Sol e em oposição a Marte, o que indica paciência, garra, resiliência, brio, firmeza de propósitos e prudência. Saturno também é o regente de Capricórnio, signo que ele tem na casa profissional, indicando ambição, dedicação à carreira, grande capacidade de realização e possibilidade de assumir cargos de grande responsabilidade na área administrativa e política. 

A pressão cresceu exponencialmente depois que Elon Musk passou a influenciar diretamente as decisões do presidente Donald Trump. Moraes determinou o bloqueio da conta de uma pessoa considerada fugitiva da justiça, mas está sendo processado pela Rumble e pela Trump Media, empresas que o acusam de ditador por tentar impor controle sobre as publicações. Curiosamente, em seu mapa, Júpiter, o planeta das leis e da expansão, está em conjunção exata com Urano, planeta associado à tecnologia, à internet, aos aplicativos e às redes sociais.  

Moraes também tem Marte em Libra e Lua em Virgem em conjunção com Plutão, o que faz com que tenha controle de suas atitudes e emoções. Ele tem o que se pode chamar de sangue frio. Já o Sol na casa 9 em Sagitário e em conjunção com Mercúrio é indicação de convicções muto firmes e definidas, gosto pela vida acadêmica e brilho na área jurídica.  

Carreira 

Alexandre de Moraes é formado pela tradicional Faculdade de Direito do Largo São Francisco, onde também fez doutorado. É Professor Titular da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Em 1991, foi o primeiro colocado no Concurso de Ingresso à Carreira do Ministério Público do Estado de São Paulo. Foi Promotor de Justiça de 1991 a 2002, período em que participou de diversas comissões de estudos legislativos e alterações constitucionais, da Confederação Nacional do Ministério Público, da Procuradoria-Geral de Justiça de São Paulo e Primeiro-Secretário da Associação Paulista do Ministério Público.

Em janeiro de 2002, aos 33 anos de idade, foi nomeado Secretário da Justiça e da Defesa da Cidadania, o mais novo da história do Estado de São Paulo, exercendo o cargo até maio de 2005. Também acumulou a Presidência da antiga Fundação do Bem-Estar do Menor (Febem/SP), atual Fundação CASA. Em junho de 2005, foi nomeado pelo Presidente da República membro da 1ª composição do Conselho Nacional de Justiça e atuou no biênio 2005-2007. De agosto de 2007 a junho de 2010, exerceu os cargos de Secretário Municipal de Transportes de São Paulo, acumulando as Presidências da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) e SPTrans (São Paulo Transportes – Companhia de Transportes Públicos da Capital) 

Foi chefe do Departamento de Direito do Estado entre 2012 e 2014. Em 1º de janeiro de 2015, assumiu a Secretaria de Estado da Segurança Pública de São Paulo, ficando no cargo até sua posse no Ministério da Justiça. Como Secretário de Segurança Pública, obteve, pela primeira vez na história do Estado, a menor taxa de homicídios por 100 mil habitantes e a redução de todos os índices de criminalidade em relação ao ano anterior.

Polêmicas

Moraes começou a ganhar mais prestígio e notoriedade quando atuou no caso de Marcela Temer, que teve o celular roubado e passou a ser vítima de tentativa de chantagem com ameaças de vazamento de fotos íntimas e áudios sobre Michel Temer, então vice-presidente. O caso foi resolvido rapidamente, em seis meses, e Moraes caiu nas graças de Michel Temer, que o convidou para compor o governo, depois do afastamento da presidenta Dilma. Ele foi nomeado Ministro da Justiça em 12 de maio de 2016, mas cerca de um ano depois tomou posse no cargo de Ministro do Supremo Tribunal Federal. 

Alexandre de Moraes é autor de diversas obras jurídicas, ocupou cargos em muitos órgãos públicos e já recebeu várias homenagens e comendas, mas, curiosamente, sua atuação sempre dividiu opiniões. Por ter sido indicado por Temer, Moraes assumiu como ministro do Supremo sob a desconfiança da esquerda, que o via como cúmplice de um traidor. Depois, em 2018, mesmo tendo votado contra o habeas corpus preventivo que livraria Lula da prisão passou a ser acusado pela direita de ser simpatizante de esquerda. 

Ele também já foi acusado de defender membros do crime organizado e enfrentou 24 pedidos de impeachment, um deles protocolado por Bolsonaro, então Presidente da República em 2021. Hoje, no processo de golpe de estado montado pelo Ministério Público, o ex-presidente é acusado pela PGR de tramar ou compactuar com o assassinato de Moraes, o que coloca o ministro no centro do caso mais impactante da história política recente, que até aqui já levou militares de alta patente para a cadeia e pode influenciar diretamente o destino do país. 

Vamos aguardar os próximos capítulos.