Planetas transaturninos
Urano, Netuno e Plutão
Durante milênios, a humanidade acreditou que existiam apenas os astros visíveis: Sol, Lua, Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno. Devido ao seu tamanho e à sua órbita, Urano só foi observado em 1781, apesar de poder ser visto a olho nu.Durante milênios, a humanidade acreditou que existiam apenas os astros visíveis a olho nu: Sol, Lua, Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno. Devido ao seu tamanho e à sua órbita, Urano só foi observado em 1781, apesar de poder ser visto a olho nu em condições específicas e de o telescópio ter sido inventado no final do século XVI. Urano já chegou causando polêmica e questionando dogmas e certezas cristalizadas. Tanto é assim, que até hoje a astrologia clássica não considera sua existência, já que isso alteraria o sistema de regência e, consequentemente, um método de intepretação embasado teoricamente e testado na prática durante séculos.
Já a astrologia chamada de moderna, considera Urano, Netuno e Plutão, descobertos em 1841 e 1930, respectivamente. São os chamados planetas transaturninos, e são associados mais ao coletivo e às gerações, do que propriamente ao indivíduo. e alguns astrólogos procuram fazer uma síntese das duas. Entendemos que ambas as abordagens têm validade.
As circunstâncias da descoberta desses planetas parecem estar relacionadas às suas características. Vamos comentar um pouco sobre cada um deles. E você entrar no site e saber em que signos e casas eles estão no seu mapa. Acesse: https://www.viastral.com.br/novo-mapa-astral/
Urano - O libertador
Ciclo: quase 84 anos
Rege o signo de Aquário, que na astrologia clássica é regido por Saturno.
A surpreendente descoberta de Urano colocou em dúvida alguns postulados da ciência e da astrologia, até então considerados definitivos. Não é difícil imaginar o espanto das pessoas em geral e de astrólogos, cientistas e religiosos em especial, se considerarmos que aquele fato empírico colocava em xeque paradigmas e questionava a ideia de uma harmonia cósmica baseada no número 7, que sempre foi associado ao sagrado. Temos 7 dias na semana, 7 notas musicais, etc., então, obviamente, deveríamos ter 7 astros. Como seria possível que houvesse outro planeta no firmamento? Talvez por isso, Willian Herschel, seu descobridor, tenha relutado em anunciar o fato e passado a incumbência para seu colega russo Lexell, que divulgou a existência do novo planeta.
Astronomicamente, Urano se diferencia dos outros planetas por ter o eixo de rotação quase deitado em relação à sua órbita, praticamente apontando para o Sol. Astrologicamente, é associado a tudo que é novo, diferente e fora do comum. Representa a necessidade de se libertar dos condicionamentos e ultrapassar os limites estabelecidos. É o excêntrico, o revolucionário e o inventor dentro de nós. É a eletricidade, a ciência e a tecnologia. No mapa astral simboliza a intuição e a originalidade que nos lançam para o futuro e nos impulsionam a promover mudanças, muitas vezes, repentinamente. Urano está associado ao rebelde idealista, que exige seu direito de opinar e ser diferente e quer mudar o que considera injusto.
Desde a sua descoberta, têm ocorrido mudanças acentuadas no comportamento das pessoas e na ordem social: as relações familiares e a própria ideia de família e de casamento foram profundamente afetadas, os limites da ciência têm sido constantemente ultrapassados, as pessoas começaram a se comunicar e os povos começaram a se misturar como nunca antes, as organizações, instituições e partidos se diversificaram e se fortaleceram. A descoberta de Urano ocorreu 8 anos antes da Revolução Francesa, que, com seus princípios de liberdade, igualdade e fraternidade, derrubou a monarquia e abordou formalmente a questão dos direitos individuais com a assinatura da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.
Netuno - O imponderável
Ciclo: cerca de 164 anos
Rege o signo de Peixes, que na astrologia clássica é regido por Júpiter
A descoberta de Netuno se deu de forma indireta e um tanto tortuosa. Já se sabia de sua existência muito antes de ele ser avistado, pelo efeito de sua órbita sobre a órbita de Urano. Em 1841, um estudante chamado Adams calculou que havia um planeta oculto depois de Urano, já que a órbita de deste parecia estar sendo 'perturbada' por forças gravitacionais que não eram emanadas de Júpiter ou Saturno. Ninguém lhe deu atenção, mas seis meses depois, o jovem astrônomo francês Le Verrier chegou à mesma conclusão, embora seus cálculos só tenham sido confirmados cinco anos depois, quando ele os enviou para um astrônomo de Berlim, de nome Galle.
Em 23 de setembro de 1846, em seu observatório em Berlim, Galle localizou Netuno na primeira tentativa. A diferença da posição real para a imaginada por Le Verrrier foi de apenas um grau. Galle enviou a Le Verrier um lacônico comunicado: "Senhor, o planeta cuja posição vós nos indicastes realmente existe." A glória do descobrimento coube a Le Verrier, cujo nome foi proposto para batizar o novo astro, mas o nome adotado foi o do deus romano Netuno, já que o novo planeta era azul como o oceano.
No mesmo ano da descoberta de Netuno, o cirurgião James Braid dava início às pesquisas que o levariam a descobrir a hipnose como método terapêutico. Seitas se proliferaram, fenômenos, que antes eram chamados de milagres ou coisa do Diabo, passaram a ser estudados e, dezesseis anos depois, foi publicado o Livro dos Espíritos de Alan Kardec que lançaria para o mundo as bases do espiritismo.
Netuno representa o sonho, a imaginação, a percepção de frequências que não podem ser captadas pelos sentidos. No mapa astral, representa a sensibilidade que desperta a compaixão e se manifesta em forma de inspiração, de criatividade e de encantamento diante da beleza, mas também de ilusão, desregramento e distorção da realidade objetiva, É o solvente universal, que relativiza as coisas, aumenta a tolerância, já que tem como função a transcendência do ego e a elevação do espírito humano.
Sensibilidade exacerbada, crença não necessariamente vinculada a uma prática religiosa e necessidade de esquecer a mesquinhez da existência, contemplar o sublime e se unir ao divino, são atributos de Netuno, mas também a tendência a se perder em devaneios e adotar premissas fantasiosas.
Netuno revela que o universo é regido também por leis sutis que não podem ser explicadas pela lógica cartesiana e nos convida a sonhar, a criar, a soltar a imaginação, a exercitar a empatia e a tolerância, já que representa o amor incondicional. Mas Netuno também está associado às ilusões, aos enganos, às mentiras, à instabilidade, à dispersão e, por extensão, às drogas e outras formas de alteração da consciência.
Plutão - O Transformador
Ciclo: cerca de 248 anos
Rege o signo de Escorpião, que na astrologia clássica é regido por Marte.
Por muito tempo, o matemático, empresário e astrônomo amador Percival Lowel buscou obstinadamente um astro que ele chamava de Planeta X e que orbitaria depois de Netuno, mas ele morreu antes de alcançar seu objetivo. Anos após sua morte, em 18 de fevereiro de 1930, com base nas observações de Lowel, o jovem Clyde Tombaugh avistou Plutão. Parece que é uma coincidência Plutão começar com P, de Percival e L, de Lowel, já que o nome Plutão foi dado por uma garota de 11 anos. Ela gostava de mitologia e quando seu avô, que gostava de astronomia, a informou da descoberta do novo planeta, ela sugeriu o nome do deus romano. Seu avô enviou o nome para os cientistas que fizeram uma votação, na qual concorriam dois outros nomes, Minerva e Cronos. O escolhido foi Plutão, ou Pluto, em inglês, nome que depois seria dado por Walt Disney ao cachorro do Mickey e também ao elemento recém-descoberto, Plutônio. Mais recentemente, Plutão foi objeto de polêmica, perdeu o status de planeta, ganhou o de planeta-não, etc., o que é compatível com sua natureza e não afeta em nada sua importância para a astrologia moderna.
É o último planeta do sistema solar e tem uma órbita bastante excêntrica. Na mitologia é o senhor das profundezas e das trevas. No mapa astral rege os instintos mais profundos. Simboliza a psicologia, a sexualidade e o fascínio pelos mistérios da vida. Representa a persistência e a obstinação que levadas ao extremo trazem a compulsão e a obsessão.
Quando Plutão foi descoberto, os cientistas já estudavam a estrutura do átomo, o que levaria à descoberta e manipulação da energia nuclear. Logo, a humanidade desenvolveu o poder de destruição em massa como nunca antes, ao ponto de por em risco a própria existência, como ficou claro 15 anos depois, em 19 de agosto de 1945, quando foi lançada a primeira bomba atômica sobre o Japão. Foi nesta época também que ficou evidente que os impactos causados na natureza podiam ser muito perigosos para o equilíbrio global. Plutão deu à humanidade o poder de alterar a natureza e a vida na Terra de forma radical e irreversível, para o bem e para o mal.
Plutão é contundente, mas normalmente avisa antes e mostra a verdade mais profunda que deve ser vista e confrontada para que se possa crescer. Ele nos mostra como agir com estratégia, como lidar com o demoníaco e o mágico, como usar o nosso poder de sublimação e regeneração e nossa capacidade de mudar radicalmente, de transmutar, de morrer e renascer das cinzas.